sábado, 2 de abril de 2011



Valerá a pena sonhar? Para que serve sonhar? Em que nos ajuda? Que felicidade nos traz?

Pelos vistos sonhar é apenas perder tempo, energia e paz de espírito.

Sonhar apenas nos ocupa o tempo e a mente. Apenas nos distrái da dureza da realidade.

Sonhar não nos liberta da dor e da angústia presentes. Pior que isso...deixa-nos presos ao passado, ao que outrora quase era certeza...mas não, afinal, era apenas sonho!

Sonhar é ter vontade de...mas o que fazer quando nos roubam essa vontade, esse sonho?

Sem nos apercebermos esse sonho foge, desaparece, deixa-a de ser sonho, deixa de ser quase realidade...passa a ser nada, a ser vazio, a ser mágoa.

Então porque sonhamos? Então porque nos fazem sonhar?

Porque nos iludem com sonhos idos?

Porque não nos dizem logo que isso não existe? Que isso é pura ilusão? Porque não assumem que isso não faz sentido e que nunca nos vai trazer felicidade.

Quis não sonhar, mas fui levada para sonhos tão belos, tão mágicos...que me deixei ir!

Porque me levaste para dentro desse sonho? Afinal, levaste-me para lá, deixaste-me lá dentro e saiste. Ao saires fechaste-me lá dentro. E eu, lá fiquei fechada...só eu e o sonho! Sem nada mais. Tu ficaste cá fora, disponível para outros sonhos.

Eu...fiquei lá trancada!

Por isso...valerá a pena sonhar?

Onde?

Onde estás tu... Tu que me fizeste acreditar no amor desmedido, na entrega sem limites e sem medos? Onde estás tu... Tu que me fizeste percorrer cada sonho como uma certeza tão próxima de mim? Onde estás tu... Tu que me fizeste olhar o mundo com outros olhos e com outro sabor? Onde estás tu... Tu que me fizeste sentir cada coisa como especial e única? Onde estás tu... Tu que me fizeste saborear tantos momentos mágicos e repletos de amor? Onde estás tu... Tu que tantas vezes deste colo às minhas incertezas, dúvidas, amarguras? Onde estás tu... Tu que tantas vezes deste colo ao meu amor, à minha dávida, à minha entrega? Onde estás tu... Tu que tantas vezes deste colo aos meus sonhos e projectos? Onde estás tu... Tu que tantas vezes me levaste ao colo só porque era bom?! Onde estás tu... Tu que tantas vezes me fizeste acreditar num amor eterno? Onde estás tu... ...De quem preciso tanto...

Quem sou eu...?


...nesta indefinição, nesta re(descoberta) de mim mesma?

Quem sou eu depois deste sol se ter posto e de apenas ver agora nuvens carregadas e muita chuva?

Quem sou eu nesta angústia que me preenche, que me percorre?

Sou apenas um ser perdido, sofrido, e com um grande sentimento de vazio.

Tudo o que me preenchia já não está mais aqui, tudo o que me preenchia desapareceu como desaparece o sol em dia de chuva.

E agora fica a incógnita, o vazio, a dor...

Fica a desilusão connosco próprios...porque, afinal, quem sou eu?

Não sei....

Não sei quem sou...não sei o que valho...não sei o que preciso para fazer da minha vida Sol e não trevas....